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Copa do Mundo de Futebol Feminino – França 2019

Coluna

Por Higor Bellini.

Olá a todos, mês passado não teve a nossa coluna, porque eu estava acompanhando, lá na França a copa do mundo de futebol feminino. E será sobre a minha experiência nesse grande evento esportivo, esta coluna. Não tratarei de direito, mas de algo muito maior da experiência humana de estar lá.

Em janeiro de 2019 recebi um email da FIFA informando que estava se iniciando mais uma etapa da venda de ingressos, para a copa do mundo que iria acontecer na França em junho e julho de 2019.  Recebi este email por causa de um cadastro feito ainda, quando fiz um curso promovido com selo da entidade, nada de mais, nenhuma informação privilegiada.

Verifiquei que os valores dos ingressos eram bons, muito mais baixos que o da copa masculina, e que teria condições de comprar sem comprometer as minhas finanças, comprei alguns para a primeira etapa, a de grupos, dois para as quartas de final, um para a semifinal.

Depois desta compra, por uma agradável surpresa do destino, comecei a advogar para algumas jogadoras, entre elas atletas da seleção brasileira de futebol, em questões civis. O que me deu um maior animo para ir a França já que poderia ver não apenas a seleção jogar, mas, também ver as minhas clientes que se tornaram posso dizer amigas.

Comprar as passagens aéreas para ir a França me trouxe um dilema, assistir os jogos da primeira etapa, ou passar o aniversario do pai com ele, dia 26 de junho, que não se encontra em plena saúde. A opção foi fácil deixei para viajar dia 26 a tarde, para poder almoçar com ele. Almoçamos já no aeroporto de Guarulhos.

Chegando em Paris, depois de 10 longas horas de conexão em Madri, onde aproveitei o tempo para sair do aeroporto para conhecer a cidade, e um dos clubes de futebol que nela se encontram, sem falar nada de francês, graças a uma conhecida que mora em Paris, descobri como fazer para ir do aeroporto ao hotel, pegando um ônibus, que para confirmar se era o correto apenas mostrei a mensagem ao motorista.

Meu primeiro jogo da copa no estádio foi o das quartas de final Estados Unidos e França, quase deu certo pelo planejamento, se a seleção brasileira tivesse passado pela França teria assistido, ao vivo no estádio a nossa seleção, com as minhas amigas em campo contra as americanas. Neste estádio pude perceber que a copa do mundo, quando se trata de futebol feminino, é um evento muito familiar, vi muitas famílias nos estádios, e sobretudo muitas americanas, em número praticamente igual ao das francesas.

Ao redor do estádio, poucas horas antes do jogo, o clima era de festa, sem clima de rivalidade entre as torcidas das seleções presentes, com todas juntas nos bares ao redor do estádio, em clima de confraternização. Clima este que se repetia do lado de dentro do estádio durante o jogo e no pós jogo.

Eu não contava com as férias de verão na França, não comprei antecipadamente as passagens de trem, porque havia me decidido a fazer os trajetos dentro da França de TGV o trem rápido deles, para conhecer a paisagem do país, que eu nunca tinha tido o prazer de conhecer e para não ter de ficar algumas horas nos aeroportos esperando os voos.

Dica de viagem, viajar de trem na Europa é até mais caro que viajar de avião, mas, tem menos burocracia para o embarque que é muito mais rápido e prático que o exigido para viajar de avião.

Por ter comprado a passagem com antecedência acabei perdendo um jogo, porque não ia conseguir chegar na cidade de Rennes, a tempo de assistir ao jogo, aqui tenho de agradecer a duas pessoas que tentaram muito me ajudar a chegar lá que é o meu irmão Kassius que tentou muito comprar um passagem pela internet e a minha cliente e amiga Rosana, que me passou a sua experencia do tempo que jogou lá.

O que fazer nessa situação? Cancelei a reserva do hotel, pelo aplicativo, outra dica, sempre reserve o hotel, com a tarifa que permite o reembolso do valor gasto, se cancelada até 24 antes da entrada e conversar no hotel, que estava em paris, para passar mais 2 noites nele.

No dia da viagem a Lyon, antes de sair do hotel que estava em Paris, entrei no dite da Fifa para imprimir o ingresso para semifinal entre Estados Unidos e Inglaterra e vi que havia ingresso disponível para a outra semifinal, Holanda e Suécia, aproveitei e comprei mais este jogo. E fiz a reserva para outro hotel em Lyon, cidade que estava quase sem vagas nos hotéis por causa da copa.

Chegando em Lyon vi que estava a uma hora e dez minutos do hotel, que havia reservado no dia anterior, e resolvi ir andando para ele, usando o serviço de mapas do Aplicativo, que estava usando porque comprei o chip de uma operadora de telefonia na França, que dispunha de um plano para turistas pré pago, pelo qual paguei 40 euros. Mas chegando ao hotel fui informado que a reserva estava cancelada, até agora não entendi o porquê, já que a atendente muito gentil não falava inglês bem, e, que ela chamaria um taxi para me levar.

Aqui há uma prova de que existe uma força superior que não nos desampara, que cada um chama como quiser, porque enquanto esperava o taxi chegar, demora uns 10 minutos, outra dica em Lyon taxi ou motorista de aplicativo demora sempre uns 10 a 15 minutos para chegar, encontrei um outro hotel melhor do que aquele, com um preço menor e fui para ele.

No outro dia era dia de jogo eu estava vendo a melhor forma de ir para o estádio que fica afastado da cidade, quando vejo uma família américa, que iria ao estádio para ver o jogo e perguntando a eles como iriam ao jogo, falam que vão usar o Uber perguntam se eu não queria ir junto e dividir o custo. Foi a melhor coisa que acontece, fomos juntos e voltamos juntos e eu pude perceber que a filha do casal ‘de 11 anos é apaixonada pelo “soccer” que conhece todas as jogadoras américas e algumas brasileiras.

No outro dia fomos juntos novamente ao jogo agora, todos nos fomos pelo jogo, já que eles não estavam torcendo para minguem na segunda semifinal. Neste dia que teve um publico de quase cinco mil pessoas a menos no estádio, havia muitas crianças de escolas, acompanhadas pelos professores e de coletes amarelo, o que eu gostei porque demonstra que as escolas de lá levam as crianças a eventos esportivo.

No dia seguinte já que nunca viajo apenas pelos jogos, fui conhecer a cidade, conheci uma igreja linda, também chamada de NotreDame, mais corretamente chamada de “BasilicaofNotre-Dame de Fourvičre” que fica ao lado de ruinas de um teatro romano, que tirando os jogos foi o melhor da viagem. E a tarde passei pelo evento da FIFA Village atPlaceBellecour.

Neste dia conheci a tarde algumas pessoas que conheci pelo grupo de whats chamado “#EuConsumoFutebolFeminino” pena que não conseguimos conversa muito porque eu estava trabalhando pelo telefone, os negócios no Brasil, não pararam e elas já estavam de saída, mas, consegui entregar a uma delas, um exemplar o livro para o qual escrevi um artigo.

Em Lyon eu pude perceber o quanto a cidade é ligada ao futebol, ao futebol brasileiro, especialmente quando eu fala que era do Brasil, ao explicar a camisa do time de futebol que eu estava usando, sim, apesar de trabalhar com futebol, de trabalhar para jogadoras de diversos times e estados tenho o meu clube de coração e viajei usando as camisas dele. As pessoas falavam dos jogadores masculinos, que por lá passaram, como não poderia deixar de ser, mas dois lembram da Rosana, aquela mesma a quem tenho o prazer de chamar de amiga, e de sua passagem como jogadora, do Lyon, que na minha singela opinião é o melhor time feminino de um clube no mundo.

E voltando a Paris acompanhei o jogo final pela televisão no quarto do hotel, já que estava sozinho e não sabia onde poderia ver o jogo, já que os bares que eu passei perto do hotel, não dispunham de televisores.

Ainda nesta volta a Paris aprovei para comer nas barracas que ficam na rua, perto do museu do Louvre um crepe de queijo, já que minha estagiária e amiga Monique me cobrou essa experiência de viagem, que foi muito boa. Eu recomendo gastar alguns euros para fazer isso, vale a penas.  E ainda aproveitei as dicas de viagem do amigo Estranho, sobre o que fazer em Paris lembrando que as melhores coisas de uma viagem o dinheiro não compra que são as memorias, valeu por me lembrar disso.

E para não dizer que não falei do negócio futebol um breve relato do que vi na loja do PSG, nesse dia não estava com o manto do meu time, também em respeito a clube ao qual eu fui conhecer a loja. Lá eu vi pessoas visitando a loja com camisa do Real, da Juventus e do Barcelona. Me pareceu que as pessoas que vestiam esta camisa, ainda, não perceberam que estavam visitando a casa de um rival, já que a rivalidade hoje é transnacional, pela importância que as ligas ganharam no mundo. Assim o meu rival já não está na mesma cidade, no mesmo estado ou no mesmo país ou continente, mas, está no mesmo planeta terra.

E para não dizer que não falei do impacto do futebol feminino, nas crianças, vou contar um fato que aconteceu na Loja da Adidas, que só citei, por causa da iniciativa que me fez entrar na loja, sobre uma menina pedia uma camisa, para a mãe. Eu entrei para encher a minha garrafa de agua na loja, que disponibiliza um bebedor para isso, para evitar que se joguem garrafas vazias nas ruas, assim reutilizamos as garras, mas, a menina deveria ter uns 5 ou 6 ano estava falando com a mãe em francês, então sei o que falavam, já que não falo nada de Francês. Mas a pequena parecia estar brava e pedindo algo para a mãe, fazendo birra, ela só parou de falar com a mãe, quando ganhou uma camisa da Juventus da Itália, quando ela ganhou ficou muito, mas, muito feliz.

O que eu pude perceber desta viagem, que fiz no esquema de mochilão, sozinho, só na companhia de Nosso Senhor Jesus Cristo, é que o futebol, na verdade o esporte de modo geral, pode nos fazer viajar para lugares, que normalmente não iriamos, que uma vez lá temos de aproveitar para conhecer um pouco da cultura local, que o futebol feminino vai crescer muito e que neste crescimento não pode cometer os mesmo erros que o masculino cometeu no passado, e, que ao vencer uma competição por um clube de futebol você coloca o seu nome na história.

 

 

Higor Bellini   -  (higor@advmb.com.br)

Autor: Higor Bellini - (higor@advmb.com.br)

  • Advogado, Mestre em Gestão Integrada Saúde e Meio Ambiente do Trabalho; SENAC/SP;
  • Presidente da Comissão de Direito Desportivo  OAB / Butantâ – SP
  • Master of Laws (LL.M.) em Direito Americano, Washington University of St. Louis;
  • Mestrando em Direito Esportivo PUC/SP;
  • Especialista em Direito do Trabalho, Uni Fmu;
  • Especialista em Direito Ambiental Cogeae PUC/SP,
  • Especialista em Educação do Ensino Superior Cogeae PUC/SP;
  • Programa Executivo – Aperfeiçoamento em Gestão de Esportes, Fundação Getúlio Vargas, Fédération Internationale de Football Association e The International Centre for Sports Studies (FGV/FIFA/CIES)

Referências Bibliográficas

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